
Abordagem Clínica

Escoliose
A escoliose é um desvio lateral da coluna, ela produz uma deformação corporal, e em casos extremos, desloca e comprime as vísceras e compromete sua função, reduzindo assim a expectativa de vida. É comum fazer distinção entre escoliose estrutural e não- estrutural, conforme a curva seja fixa e associada a alterações do crescimento dos elementos da coluna.
O tipo mais comum de escoliose é a Escoliose Estrutural Idiopática, na qual representa 70% dos casos. Ela ocorre mais em adolescentes do sexo feminino do que em rapazes, pois as moças submetidas a um crescimento e maturidade rápida e precoce são mais predispostas. Esta é caracterizada por curva lateral ou inclinação de uma parte da coluna vertebral. Considera-se normal a coluna vertebral que, na radiografia panorâmica em AP (ântero-posterior), não apresenta nenhuma inclinação lateral. Em uma escoliose típica, as vértebras estão rodadas de tal maneira que os processos espinhosos descrevem uma curva mais suave do que os corpos.
A escoliose idiopática pode aparecer em qualquer um de três períodos definidos do crescimento:
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A Escoliose Idiopática Infantil é relativamente rara, acometendo mais crianças do sexo masculino com até três anos de idade. A curva torácica esquerda ocorre com mais frequência, entretanto a maioria se resolve espontaneamente.
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A Escoliose Idiopática Juvenil, ocorre entre 3 e 10 anos de idade e é nitidamente familiar e possui incidência igual nos dois sexos. O tratamento não-cirúrgico é feito pelo uso do colete de Milwaukee nas curvas torácicas e órtese lombossacral. O tratamento cirúrgico deve ser retardado até o final do crescimento da coluna vertebral.
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A Escoliose Idiopática no Adolescente está presente em crianças entre 10 e 16 anos de idade. É mais frequente no sexo feminino. As curvas estruturais tem uma tendência a progredir durante o estirão do crescimento. Já as curvas não estruturais podem permanecer flexíveis por um longo período e podem nunca evoluir, porém quanto mais jovem a criança ao se desenvolver uma curva estrutural, pior o prognóstico.
A avaliação do paciente escoliótico deve ser dividido em:
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Sintomas, fatores evolutivos e fatores genéticos;
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Exame físico: avaliar a função cardíaca e pulmonar, estudar o crescimento e idade óssea e procurar doenças subjacentes;
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Alinhamento do tronco; simetria dos ombros; avaliação de curvas específicas; avaliação neurológica.
As radiografias constituem a fase mais importante do exame, pois através delas pode-se avaliar o grau e mobilidade das curvas. A medida das curvas se baseia na determinação de vértebras terminais superiores e inferiores.
Classificação das curvas
Os grupos foram padronizados de acordo com o grau de curvatura pela Scoliosis Research Society:
Vale ressaltar que a escoliose deixa de evoluir significativamente quando o paciente atingiu a maturidade óssea. Portanto é de suma importância à determinação da maturação em ambos os sexos para o planejamento terapêutico.
Tratamentos
Existem inúmeros tipos de tratamentos para escolioses dentre estes se podem destacar:
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Cirurgia
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Exercícios ginásticos
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Dispositivo de Halo-tração
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Colete de Milwaukee
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Correção forçada (gessado)
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Colete de corte transversal
REFERÊNCIAS: TUREK, SAMUEL. Ortopedia: princípios e sua Aplicação. São Paulo: Manoele Ltda,1991.1942p.
Entrevista
Entrevista concedida pela paciente T.G.T (menor de idade), sobre o seu caso de escoliose. Como foi diagnosticado e como ela se sentiu ao descobrir sobre essa deformidade em sua coluna vertebral.
Pergunta: A Srta sentia dores na coluna antes da cirurgia?
Resposta: Eu não sentia dores antes da cirurgia e não tinha limitações na realização dos movimentos.
Pergunta: Quando resolveu procurar um atendimento médico?
Resposta: Resolvi procurar um médico depois de um final no sitio, andei muito a cavalo e senti muitas dores nas costas. Comecei a me reparar e percebi um inchaço na coluna. Preocupada com a situação a qual estava vivendo resolvi procurar um médico, pois estava fazendo o uso de relaxantes musculares, mas não estava resolvendo.
Pergunta: Quando descobriu que estava com escoliose?
Resposta: Na primeira consulta com o ortopedista, ele me pediu para realizar exames de raio-x e logo após o resultado me diagnosticou com escoliose, porém preferiu me encaminhar para um especialista no assunto. Preocupados, eu e meus pais resolvemos procurar o médico mais renomado no assunto e este confirmou o diagnóstico. A minha escoliose era de 44 graus. Sendo assim ele me falou que seria necessária a realização da cirurgia. Sem ter muito que fazer marcamos a cirurgia. Depois do diagnóstico comecei a me reparar, e notei que eu já não havia cintura do lado esquerdo e havia saliências nas costas.
Pergunta: Quantos anos a Srta tinha quando foi diagnosticada com escoliose?
Resposta: 15 anos
Pergunta: Como foi a cirurgia e o pós-operatório?
Resposta: A correção foi feita em sete vértebras, foram utilizados 14 parafusos e duas hastes. Após a cirurgia, nos primeiros dias, tive muita dificuldade em andar, ficar sentada e fazer minhas atividades. Mas com o tempo fui me adaptando com a “nova coluna”. Como fiz a cirurgia nas férias, tive um mês para me recuperar, mas na volta às aulas me cansava com facilidade e sentia muita dificuldade em realizar alguns movimentos, mas com o tempo foi se normalizando.
Pergunta: Como se sente nos dias de hoje?
Resposta: Depois de mais de um ano de cirurgia, não sinto mais dores, não há mais saliências nas minhas costas e minha cintura voltou ao normal.
Imagens de antes e depois da cirurgia de correção:


